O evento, promovido pela Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic) e pela Frente Parlamentar das Ferrovias do Congresso Nacional, presidida pelo deputado federal Pedro Uczai, reuniu autoridades políticas, entidade e empresários a espera de boas notícias para melhorar a logística de transporte de produtos do oeste catarinense.
Publicado também nesta segunda-feira (18), o edital de contratação dos estudos e projeto do trecho que liga Chapecó ao Porto de Itajaí, com cerca de 400 quilômetros de extensão, é o primeiro passo para que a Ferrovia da Integração comece a ser realidade no Estado barriga-verde. A licitação deve ser concluída até agosto de 2012.
De acordo com Passos, o estudo avaliará a articulação com o Corredor Ferroviário do Paraná, além de indicar a melhor alternativa do traçado da linha férrea no Estado e os modos e modelos operacionais do transporte. Além deste trecho outros dois projetos ferroviários estão previstos nos Programas de Aceleração de Crescimento - PAC1 e PAC2: a Litorânea e a Norte/Sul.
A meta do Governo Federal, apresentada pelo ministro, é expandir de 29 mil quilômetros para 40 mil a malha ferroviária no País até 2020. “Estão previstos investimentos de R$ 200 bilhões em ferrovias até 2025 para construção, recuperação, estudos e projetos. Desses, R$ 33 bilhões serão direcionados ao sul do Brasil”, complementou.
Passos enfatizou que em 2007 os investimentos para o setor de transportes eram de apenas R$ 7,2 bilhões e que 2011 os recursos atingiram R$ 43 bilhões. “O Governo tem a clareza de que não se pode pensar em competitividade sem investir em qualidade da infraestrutura básica”, disse.
Na carta, o presidente destaca que há mais de 20 anos a região reivindica uma ferrovia interestadual (norte-sul) ligando SC ao centro oeste para garantir matéria-prima às agroindústrias e uma ferrovia intraterritorial de ligação oeste-leste para escoamento da produção agroindustrial aos portos marítimos, em território catarinense.
O documento assinala que a agroindústria do oeste catarinense está longe dos grandes centros de consumo e distante das áreas produtoras de milho e soja, seus principais insumos. A região importa mais de 5 milhões de toneladas de grãos por ano e necessita de uma ferrovia para unir os dois polos. “A ausência de ferrovia está retirando a competitividade regional e fazendo empresas catarinenses migrarem para o centro do país”, apontou Zolet.
Além disso, estudos preliminares revelam que aproximadamente 5 milhões de toneladas são transportadas por caminhões, o que encarece a produção. O custo final é novamente onerado com o transporte das carnes em containeres frigorificados até o Porto de Itajaí.
Por outro lado, a ferrovia intraestadual leste-oeste (a Ferrovia do Frango) também proporcionaria grandes benefícios para as empresas exportadoras e a sociedade catarinense, aumentando inegavelmente sua capacidade competitiva e de sobrevivência no longo prazo. “Os dois projetos são complementares e necessários: o ramal da Ferroeste permitirá importar insumos e matérias-primas e a ferrovia leste-oeste facilitará as exportações”, ressaltou o dirigente da ACIC.
Outra grande aspiração de Santa Catarina é a readequação da rodovia BR-282. Principal via de acesso de escoamento da produção do oeste catarinense aos portos e aos grandes centros brasileiros de consumo, ostenta infraestrutura incapaz de comportar o número de veículos que trafega diariamente pelo trecho. “Essa obra é uma necessidade urgente e estratégica para todo o Estado que a reclama há quase 50 anos”.
Por fim, a duplicação da BR-480 (acesso rodoviário de Chapecó à rodovia federal BR-282) que está em obras desde 2010, infelizmente, é executada com exasperante lentidão, revela o documento. Por isso, o pedido é para que o ministro examine a possibilidade de acelerar as obras e abreviar o prazo de sua conclusão, inicialmente previsto em quatro anos.
O prefeito de Chapecó José Cláudio Caramoridisse que essa obra será realidade somente em uma ação suprapartidária. “A sociedade veio para o evento para ouvir o que o coração clama. A reivindicação da ferrovia não tem bandeira e não ter cor partidária. Com o projeto executivo aprovado teremos a segurança da obra de grande envergadura para os próximos cinco anos, que garantirá emprego, renda e o desenvolvimento de Chapecó e região”.
Representando a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), o presidente da Coopercentral Aurora Alimentos Mário Lanznaster afirmou que a ferrovia é fundamental para o agronegócio, pois o setor tem necessidade de comprar de outros estados 2 milhões de toneladas de milho por ano, além das 2,5 milhões de toneladas produzidas em SC. “Com este cenário, temos três opções: uma é a implantação da ferrovia para o transporte de grãos e de produtos, outra que é a instalação das agroindústrias em outras regiões do país ou ainda o fechamento das empresas, gerando por consequência desemprego e estagnação da economia”.
O deputado federal Pedro Uczaicitou os benefícios para o desenvolvimento do Estado com a implantação das ferrovias. “É um meio de transporte seguro, ambientalmente sustentável, ajuda a melhorar a situação das rodovias, reduz os acidentes e mortes no trânsito, permite a regionalização do desenvolvimento e aumenta a competitividade das empresas. O País não tem mais condições de sustentar-se somente com rodovias”, finalizou.
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