*Sebastião Misiara
O arquiteto Jaime Lerner, ao participar de um dos eventos sobre Plano Diretor, promovido pela União de Vereadores do Estado de São Paulo, enfatizou que "para mudar as cidades é preciso mudar a cabeça das pessoas". Essa frase, dentro do contexto do desenvolvimento sustentável, que foi sua palestra, torna-se um recado para novas atitudes que podem ser implementadas no município, na busca pela sustentabilidade.
Nesse quadro, o turismo é um dos principais vetores. Ele mudou e hoje é produto de inclusão social, com ênfase na empregabilidade. Extremamente oportuna, sem dúvida, a proposta do governador Geraldo Alckmin, ouvido o movimento municipalista e o anseio do ex-secretário Marcio França, de criar uma faixa que pode atingir 335 municípios, chamada de "municípios de interesse turístico". Serão incorporados à Lei das Estâncias, hoje com 67 municípios capacitados a receber recursos do Departamento de Apoio às Estâncias.
Com a nova lei em gestação, começa uma grande disputa. De permanência ou não na Lei das Estâncias, analisada em cima de pontos a exemplo do Município Verde Azul. Hoje, temos claro que as cabeças das pessoas, representadas pela sociedade civil organizada e pela classe política nos municípios, está voltada para esse eixo de crescimento. Prova disso é o número de prefeitos, vereadores, secretários municipais que estão interessados nos critérios de planejamento turístico para credenciarem suas comunidades nesse novo contexto legal. Nunca é demais lembrar que o turismo é uma atividade econômica estratégica pela sua incomparável capacidade absorvedora de mão-de-obra, notadamente agora às portas da Copa do Mundo.
O clima de otimismo reina entre as empresas do setor, conforme dados segundo os quais no primeiro trimestre de 2012 os bancos oficiais concederem linhas de créditos aos empresários do setor, da ordem de R$ 2,02 bilhões, 13,3% a mais do mesmo período do ano passado. Todavia, se é verdade que o turismo envolve crescimento acentuado nos meios sociais, culturais, históricos e geográficos, é também uma área sensível, onde as ações podem ou não ser benéficas.
A realização do "1º Encontro Estadual de Municípios de Interesse Turístico", em Barra Bonita, nesses dias 28 e 29 de junho é um inicio do caminhar necessário para que o município comece a pensar no turismo como uma de suas prioridades dentro das políticas públicas. Com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria de Turismo e da Agência de Fomento Paulista, da Secretaria da Fazenda, o seminário é gratuito, oferece certificados e pode aquilatar qual grau de interesse dos municípios em fazerem parte desse histórico momento paulista.
* Sebastião Misiara
Presidente da Uvesp
Diretor da Associação Paulista de Municípios -
Vice-presidente da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil
Conselheiro do CIEE - Centro de Integração Empresa Escola
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