Quem chega em Laguna pelo Mar Grosso é presenteado pela mãe natureza. A praia do Iró, com suas pedras em tons avermelhados banhadas pelas ondas do oceano atlântico, deslumbra o olhar. O vai e vem do mar quebrando nas pedras vira atração. Localizada ao norte de Laguna, a praia do Iró tornou-se muro natural entre praia do Gi e Mar Grosso, costumeiramente, visitada por pescadores, coletores de mariscos, caminhantes e banhistas. A maré baixa forma piscinas naturais, uma alegria para crianças.
Papa-terra, anchova, bagre são vistos em molinetes dos pescadores no alto das pedras. Ao observar o local, o visitante percebe estranhos cortes nas pedras, não foram os índios, nem tribos pré-históricas, mas o homem branco numa época que pouco se falava em preservação ambiental. As pedras foram cortadas em grandes blocos para construir o monumento do trabalhador, no bairro Magalhães, ato para prestigiar o então presidente da república Getúlio Vargas, no ano de 1941.
A história começa em 1940, quando aproveitando a visita do presidente Vargas ao estado, o prefeito Giocondo Tasso encontra-se com o presidente e coloca em pauta as necessidades de modificações do porto de Laguna, para que pudesse escoar o carvão extraído na região de Criciúma. Como era de importância estratégica para o funcionamento da CSN em Volta Redonda, Vargas libera a construção da obra. No ano de 1941, a pedido do governador Nereu Ramos, reúnem-se em Laguna prefeitos de Tubarão, Jaguaruna, Orleans, Imaruí, Araranguá, Urussanga e Criciúma para pedir apoio financeiro e construir um monumento em frente ao porto carvoeiro. O escultor Hildegardo Leão Veloso é contratado para elaborar a homenagem. A empresa de Irís Luz assume o difícil trabalho de retirar as pedras da Praia do Iró para servir de base do monumento de 11,50 metros.
A obra é ornamentada com esculturas em bronze, divididas em dois grupos: frontais e laterais. As esculturas laterais mostram homens nus trabalhando na extração do carvão sem nenhum equipamento adequado, empregando força física no serviço. Já na parte traseira do monumento, está uma placa de bronze com a imagem de homens extraindo o carvão utilizando equipamentos para extração e material de proteção nas minas, ao lado contrário, uma esfinge de Vargas encravada na rocha. A intenção foi mostrar como o trabalho dos mineiros era pesado, sem amparo. Com o presidente, o operário tem o apoio para realizar um bom trabalho.Para os historiadores, o presidente aparece como o protagonista de mudanças qualitativas na economia e nas condições de trabalho. O Monumento é uma propaganda de um regime político, o chamado Estado Novo, que marcou a história do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário