De um mês para outro, empresas poderão arcar com um reajuste de até 32% nos salários
Duas medidas definidas sem consulta às entidades patronais do turismo em Santa Catarina poderão gerar uma crise no setor, especialmente nos estabelecimentos de médio e pequeno porte. Além da mudança na lei do salário mínimo regional que elevou o piso de R$ 630,00 para R$ 730,00, as negociações sobre o reajuste do mínimo, de autoria do deputado Jorge Teixeira (PSD) e sancionada em dezembro pela Assembleia Legislativa, podem obrigar os donos de hotéis, bares, restaurantes e similares a arcar com um aumento de 32% nos salários, seis vezes a previsão de inflação acumulada em 2011.
Isso porque o movimento dos trabalhadores solicita retomada nas negociações para que o reajuste seja pelo menos igual ao do salário mínimo nacional, que ficou em 14,13% este ano, ao invés dos 10,05% acordados. Com isso, o piso que era de R$ 630,00 até novembro passaria para R$ 833,00, um aumento que muitos empresários não conseguirão honrar.
Para Estanislau Bresolin, presidente da Federação dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Santa Catarina (Fhoresc), o setor poderá entrar em colapso. “Não fomos ouvidos em nenhum momento para discutir o impacto desta medida, que pode inviabilizar as micro e pequenas empresas, que representam mais de 90% do segmento. Incluímos aí pequenas pousadas, pensões, lanchonetes e hospedarias de cidades mais pobres economicamente.”. O presidente da Federação alega que “é irreal Santa Catarina pagar um piso superior ao da cidade do Rio de Janeiro, maior destino turístico do Brasil, que é de R$ 720,00. É inviável”.
André Seben
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