
Segundo o presidente da autarquia, vinculada ao Ministério do Turismo, e responsável por promover o potencial turístico do Brasil, muitos brasileiros optam por viajar para o exterior após pesquisar e concluírem que, em muitos casos, sai mais barato do que visitar alguns dos destinos turísticos nacionais mais procurados. Por outro lado, muitos estrangeiros deixam de visitar o País devido aos preços. O que resulta não apenas na maior evasão de divisas, mas também empregos que deixam de ser criados. “O fato de mais brasileiros viajarem para o exterior deriva de uma série de questões. Algumas são positivas, como a melhoria do poder aquisitivo. Outras são problemáticas, como o fato concreto de que, muitas vezes, viajar para o exterior é mais barato que viajar pelo Brasil”, acrescentou. “Na medida em que um brasileiro que deseja viajar pelo país acaba sendo induzido, pelos preços, a viajar para o exterior, ele está deixando de criar um emprego no Brasil para criá-lo em outros lugares”.

Dino descartou que o governo adote medidas restritivas e defendeu a manutenção do atual sistema de liberdade tarifária, mas deixou claro que o setor privado terá que responder às medidas governamentais que beneficiam o setor aéreo e hoteleiro, como a desoneração tributária e a redução da tarifa de energia elétrica, que entrará em vigor em janeiro de 2013. Dino ainda apontou a necessidade de maior concorrência como forma de garantir preços mais acessíveis.“Tanto no setor aéreo, quanto na hotelaria, não é possível adotar o controle de preços. Não temos que ter medidas restritivas, mas é dever do governo acompanhar, fazer ponderações à iniciativa privada e buscar medidas para que haja mais empresas competindo”, declarou.
Ele relativiza o argumento de que o fato de mais brasileiros terem passado a viajar de avião ao longo da última década indique que as passagens não estariam tão caras. “O que aumentou substantivamente foi o poder aquisitivo da população, beneficiada também pela redução da taxa de juros. A grande demanda por passagens aéreas, hoje, vem da chamada nova classe média. E neste momento de maior demanda, precisamos de mais oferta, o que não vem ocorrendo. Podemos discutir como o governo pode ajudar as empresas, mas é incompreensível que, neste cenário, com voos lotados, as companhias estejam tendo prejuízos”, concluiu Dino, alertando para o fato de que, se a presente situação não se alterar durante os grandes eventos esportivos dos próximos anos, quando terá uma grande exposição, o país levará muito tempo para reparar a eventual imagem de ser um destino turístico caro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário