Obras de requalificação do espaço foram entregues nesta quinta (5/7)
A centenária Alameda Brüstlein, mais conhecida como Rua das Palmeiras, principal cartão postal da cidade, está de cara nova. Mais bonita, acessível, segura e iluminada e, ao mesmo tempo, valorizando o passado, ao reabrir a passagem para a circulação de pedestres entre as duas fileiras de palmeiras e instalar painéis que contam a história do lugar. As mudanças foram possíveis com as obras de requalificação urbana entregues à comunidade na noite desta quinta-feira (5/7), em um evento com atrações especiais.
A Banda da Penitenciária Industrial de Joinville deu a sua interpretação para o Hino Nacional, e o grupo de Teatro da Associação de Deficientes Físicos de Joinville (Adej) emocionou o público com um trecho do espetáculo circense "Pequeno Picadeiro”. Na sequência, alunos da Escola Municipal Anaburgo, do bairro Vila Nova, apresentaram um rap sobre a história da Alameda - a composição é resultado da oficina de educação patrimonial realizada durante a 10ª Semana de Museus, em 2012. E para encerrar, o Hino de Joinville com os bandoneonistas Guilherme Bachtold e Anderson Nessler.
Para o prefeito Carlito Merss, a Rua das Palmeiras, o maior símbolo da cidade, também é exemplo de cidade inclusiva. “A bela apresentação da Adej foi um exemplo disso. Há lugar para todos", destacou. Ele enfatizou que a nova alameda recupera o desenho original, sendo reaberta para a circulação de pessoas. “Também estamos construindo uma cidade sustentável, e cuidar do patrimônio e cultura também é sustentabilidade”, ressaltou.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Carlos Grendene, agradeceu pela obra da alameda e elogiou a administração municipal pela execução do trabalho. “E parabéns pela coragem, mesmo com muitas opiniões contrárias, em fazer as mudanças necessárias para valorizar o maior cartão postal da cidade. Um belo futuro está construído aqui”, disse.
Para a conselheira municipal de Política Cultural de Joinville, representante titular da área de Patrimônio Imaterial e membro da Comissão do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Natural de Joinville (Comphaan), Taíza Mara Rauen Moraes, a requalificação da Rua das Palmeiras apresenta um caráter simbólico. “Esta é a via de acesso ao Museu de Imigração e Colonização, que guarda a memória de um tempo de ocupação da cidade”, observou.
Durante a solenidade de entrega das obras, o morador da Rua do Príncipe, Pedro Treis, entregou ao prefeito Carlito Merss uma carta que escreveu de próprio punho agradecendo pela obra. Ele já havia entregue a carta à equipe de trabalho da Conurb. “Joinvilenses descendentes dos fundadores que plantaram essas palmeiras, vão reviver. A alegria da Cidade dos Príncipes o sonhos dos fundadores é uma realidade. O nosso orgulho foi resgatado”, diz Treis em um trecho da carta. Olinda Steuernagel, 72 anos, também estava radiante. Ela aparece, ainda menina, em uma das fotos que fazem parte do painel que conta a história da Rua das Palmeiras. Pelas suas contas, tinha 9 ou 10 anos de idade quando foi fotografada. “Para mim é uma alegria estar neste painel. Brinquei muito aqui na Rua das Palmeiras”, conta.
As mudanças
O projeto de requalificação da Rua das Palmeiras foi pensado pelo Ippuj desde 2002, sendo retomado nesta gestão pelo arquiteto Raul Walter da Luz e elaborado pela equipe técnica da Coordenação de Patrimônio Cultural da Fundação Cultural de Joinville. A requalificação teve como o objetivo a utilização do local como espaço de desenvolvimento cultural e de convivência.
As obras contemplaram uma ação conjunta entre a Prefeitura e as secretarias: Ippuj, Conurb, Fundação Turística, Secretaria Regional do Centro, Seinfra, Secretaria de Assistência Social e Fundação Cultural.
A Alameda recebeu melhorias no sistema de iluminação, com a instalação de 10 postes com refletores nas ruas laterais. Cada poste contém 4 refletores na cor verde voltados para a copa das palmeiras, e dois refletores de lâmpadas brancas. Além disso, o sistema de iluminação já existiu passou por reforma, com a troca de lâmpadas e pintura dos postes. O serviço de drenagem também foi realizado no local, substituindo os tubos antigos que não captavam a água da chuva adequadamente. Foram implantados tubos de concreto ao longo do trecho ligando a Rua Rio Branco à Rua do Príncipe. O serviço foi executado pela Secretaria Regional do Centro, com apoio técnico da Unidade de Drenagem da Seinfra.
O caminho central do projeto de requalificação da Rua das Palmeiras foi desenhado com base nos primeiros registros do local, onde a área central era aberta para a passagem de pedestres e até mesmo, carros. O passeio central recebeu pavimentação de piso paver (pequenos blocos de cimento), com o traçado em pequenas sinuosidades, espaços de permanência com piso de pó de brita, instalação de bancos e lixeiras. Uma das laterais recebeu pavimentação em paver para a passagem de pedestres, sendo que a outra teve a pavimentação de paralelepípedo restaurada para o acesso de veículos, com entrada pela Rua do Príncipe e saída na Rua Rio Branco. A execução das obras contaram com o apoio de mão de obra de 30 apenados da Penitenciária Industrial de Joinville, por meio do projeto Passo a Frente, coordenado pela Conurb, em parceria com a Prefeitura e Secretaria de Segurança Pública.
A Alameda integra o eixo histórico junto com o Museu Nacional de Imigração e Colonização, que também recebeu melhorias por conta do projeto de requalificação. As calçadas localizadas em frente ao museu, na Rua Rio Branco, foram substituídas por piso de paver, conforme as normas de acessibilidade e orientações do projeto Calçada Legal da Conurb. A pavimentação com brita nos pátios internos do museu foram trocadas por pó de brito assentada, para uma melhor mobilidade dos visitantes. O Museu Nacional recebe a partir da semana que vêm as intervenções do tratamento paisagístico, com a recuperação dos jardins, plantio de flores e a instalação de novos bancos para os visitantes. O projeto paisagístico está sendo executado pela Fundação Turística de Joinville.
A Alameda Brüstlein também recebeu o tratamento paisagístico, com o plantio da grama tipo “amendoin”, flores da época e mudas da hemerocallis “Joinville”, em homenagem a cidade. Além dos jardins, o passeio central recebe floreiras com vistas em madeira.
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