terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Cinco são presos por roubo de bagagens no Aeroporto de Cumbica

Três funcionários de empresas aéreas estão entre os presos; quadrilha desviava malas de pessoas que chegavam do exterior

Solange Spigliatti - da Central de Notícias O Estadão

Cinco pessoas foram presas nesta segunda-feira, 6, acusadas de roubar malas de passageiros do
Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Três são funcionários de empresas aéreas, segundo o delegado titular da Delegacia do local, Ricardo Guanaes Domingues. As prisões aconteceram nas casas dos acusados. Durante a operação, foi apreendida grande quantidade de mercadorias, que podem ser objeto do furto, e malas nas casas dos detidos.
De acordo com o delegado, a quadrilha era dividida em dois grupos. Um deles escolhia
aleatoriamente as malas dos voos que chegavam do exterior, principalmente dos Estados Unidos, que fariam conexão para outro Estado, e desviavam para o desembarque doméstico, onde o outro grupo aguardava para retirar as bagagens. Ao menos três vítimas já foram identificadas, segundo o delegado, que espera encontrar outras pessaos prejudicadas pelo grupo.
(www.estadao.com.br/SãoPaulo)
LADRÕES ROUBAM 20 MALAS POR DIA EM CUMBICA
Descaso das companhias aéreas transformaram o aeroporto no alvo perfeito para ladrões de bagagem.
Logo que desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na tarde de 13 de outubro, a estudante Amanda Nadal, de 21 anos, prostrou-se diante da esteira de bagagens para pegar as quatro malas que trazia de uma viagem aos Estados Unidos. Ela e a mãe, Silvia, voltavam da Disney após dez dias de diversão e compras. Traziam roupas novas, souvenirs - e encomendas. Levaram dinheiro de amigos para comprar um iPad, seis perfumes, dois pares de tênis e dois relógios. Quando chegaram em casa, abriram a mala que trazia os produtos novos e não notaram qualquer avaria no zíper ou no cadeado. Ficaram surpresas ao não encontrar o iPad, os perfumes, os tênis e os relógios que haviam colocado ali. Alguém abrira a mala com cuidado, sem danificá-la, e furtara os objetos.
O crime aconteceu enquanto a bagagem estava sob tutela da companhia aérea, a TAM, e dentro de uma área de acesso restrito do aeroporto, controlada por câmeras e policiais federais. Ninguém viu nada, tampouco as câmeras registraram o furto. Amanda e a mãe tiveram um prejuízo de US$ 1,9 mil. Constrangidas, tiraram dinheiro do bolso para ressarcir os amigos que haviam feito encomendas. Agora, cobram a TAM na Justiça.
Casos assim acontecem ao menos quatro vezes por dia. Essa é a média de boletins de ocorrência registrados na delegacia da Polícia Civil no aeroporto. Uma estimativa não oficial de quem acompanha a questão de perto, porém, prevê que ao menos 20 furtos de bagagem sejam cometidos diariamente dentro de Cumbica. A suspeita de autoria dos crimes recai sobre quem trabalha nas áreas restritas.
ÉPOCA SÃO PAULO OUVIU QUATRO FUNCIONÀRIOS DE EMPRESAS QUE PRESTAM SERVIÇO NA PISTA DO AEROPORTO
Todos confirmaram, em diferentes graus de detalhamento, a ocorrência de "crimes da mala" em Cumbica. "Esse negócio de furto de bagagem aqui no aeroporto é uma doença", afirma um dos funcionários. "Isso aqui, patrão, é uma caixa de Pandora", diz outro.Depois de um período de queda nos últimos três anos, a onda de furtos em Cumbica voltou a crescer nos últimos meses.
No final de setembro, o músico Chico Pinheiro (foto), de 35 anos, voltava de Miami num voo da American Airlines. Estava feliz por ter se apresentado e gravado parcerias com colegas dos EUA. Pretendia usar as imagens no DVD que lançará em 2012. Com sua melhor guitarra como bagagem de mão, ele se viu obrigado a despachar a câmera numa mala em que carregava outros equipamentos. A câmera foi furtada junto com alguns deles. Além do prejuízo estimado em US$ 2 mil, Pinheiro ficou sem as imagens dos shows, armazenadas no mesmo cartão de memória com tudo o que ele havia filmado nos últimos quatro meses. Desestimulado por familiares e advogados, Chico deixou por isso mesmo. Procurada, a American Airlines não quis comentar o caso.
Os voos com maior incidência de furto vêm de Buenos Aires e Miami, o destino favorito de compras de brasileiros. As companhias aéreas que mais aparecem nos boletins de ocorrência são TAM e American Airlines - as duas que mais voam para essas cidades. Até agosto, 861 vítimas haviam registrado queixa na polícia em Cumbica. Segundo o delegado Ricardo Guanaes Domingues, mais da metade disso representa furtos à bagagem. O número já está próximo das 979 ocorrências de janeiro a dezembro de 2010.
Leia na edição nº 43 de Época São Paulo como os ladrões abrem a mala e os pontos preferidos dos criminosos. Nas bancas.
NOTA DO EDITOR:
A notícia acima publicada, embora tenha conotação direta com editoria de Polícia, interessa a todos àqueles que estão envolvidos no Turismo. Muitos dos leitores podem ter sido vítimas desse tipo de quadrilha e , diante da descoberta da ação dos criminosos, podem recuperar, pelo menos, parte de seus bens furtados. A orientação é de que seja procurada a Delegacia de Polícia instalada no Aerorporto de Cumbica.
Carlos Agne - Editor/Jornalista

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