segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Taxa de embarque em aeroportos brasileiros pode ficar mais cara

Para ampliar a atratividade dos leilões, o governo permitiu que os aeroportos cobrem R$ 7 por passageiro em conexão

O controle das tarifas de embarque e de conexão é o principal desafio com a privatização dos aeroportos de Brasília, Campinas e Guarulhos. A experiência internacional mostra que, em geral, os aeroportos concedidos tiveram acentuado aumento nas taxas. Na Grécia, em 10 anos, as
tarifas subiram 500%, tornando o aeroporto de Atenas um dos mais caros do mundo. O modelo de concessão brasileiro prevê que o reajuste da taxa considere a inflação e um fator que mede a produtividade dos aeroportos — semelhante ao modelo australiano.
Para ampliar a atratividade dos leilões, o governo permitiu que os aeroportos cobrem R$ 7 por passageiro em conexão. O valor será pago pelas empresas aéreas e deverá ser repassado ao preço da passagem. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) terá apoio na fiscalização da Secretaria de Aviação Civil, que acompanhará a segurança, e da Infraero, que terá participação de 49% nos terminais, além de poder de veto às decisões dos controladores.
A fiscalização se impõe para evitar que as concessões no Brasil trilhem o caminho das privatizações feitas na Grã-Bretanha em 1987, por exemplo. Lá, houve a venda de sete aeroportos. Com contratos frágeis e pouca fiscalização, a alocação de slots foi dificultada, restringindo a atividade de companhias aéreas menores. “A Anac terá de ser atuante na defesa das tarifas e na qualidade dos serviços. É importante que sua estrutura seja bem preparada e
formada por técnicos”, diz o engenheiro aeronáutico Jorge Leal Medeiros.

Reajuste na taxa de embarque no Aeroporto de Guarulhos pode superar os 300%

A taxa de embarque no Aeroporto de Guarulhos pode ter reajuste de até 309% nos horários de pico. O governo definiu o reajuste das taxas de embarque dos principais aeroportos do país, que começa a valer no próximo dia 14 de março. Voos domésticos terão 5% de aumento, passando de R$ 19,62 para R$ 20,66. Já a tarifa dos voos internacionais vai subir 4,69%, subindo de R$ 64 para R$ 67.
As novas taxas vão variar conforme a classificação dos aeroportos, que são divididos em quatro categorias, segundo seu porte e movimento. Congonhas e Cumbica, em São Paulo, estão no grupo 1, junto dos aeroportos de Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Maceió, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Galeão e Santos Dumont, no Rio, Salvador e São Luís.De acordo com o Snea (Sindicato das Empresas Aéreas), o reajuste das tarifas deve ser repassado ao preço das passagens, devido ao encarecimento do custo da operação. Estes valores ainda serão calculados, empresa por empresa. Com as novas taxas, a Infraero espera um aumento de 10% em sua receita.
A Infraero afirmou que as novas tabelas de tarifas foram feitas para incentivar o uso dos aeroportos em horários de pouco movimento. Com a entrada em vigor da nova tabela, a Infraero espera conseguir um aumento de até 10% na receita anual.

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