domingo, 3 de fevereiro de 2013

Paraty: Uma jóia da coroa portuguesa no litoral carioca

Paraty seria praticamente igual a tantas e tantas outras cidades brasileiras não fosse pela autêntica jóia da coroa que a cidade preserva com cuidado. O trecho conhecido como Centro Histórico, é que faz... turistas virem de tantos lugares do Brasil e até mesmo do exterior, para conhecer. É uma região formada por menos de quarenta quadras, situada bem em frente à baía. Repleto de casarões, casinholas, igrejas, bares, restaurantes, residências, museus e lojinhas, que tem como característica a pavimentação pé de moleque, formada por grandes pedras assentadas de forma aleatória. É uma área pequena, mas cada construção e cada rua são uma festa para os olhos, e que nos dão a sensação de termos voltado ao Brasil do século 18.

Suas ruas retratam a imagem típica de Paraty. Mas, dependendo da época do ano em que se visita, é possível que as coisas não estejam assim tão calmas e você tenha que dividir estes lugares com centenas de outras pessoas. Sim, em temporadas turísticas todo mundo parece querer vir para cá, inclusive muitos alemães, franceses e americanos, encontrados sempre às dúzias, em praticamente todos os recantos da cidade. Entre os prédios históricos mais famosos da cidade estão o Sobrado dos Bonecos, construção do século 19 com lampiões de vidro e ferro, que ganhou este nome graças às estátuas que adornavam sua fachada, semelhantes à bonecos de brinquedo. O prédio está situado na rua do Comércio.

História


Foi através da graciosa Paraty que durante décadas escoaram muitas riquezas brasileiras com destino à Portugal. Por estar situada numa das extremidades da histórica Estrada Real, o ouro proveniente das Minas Gerais era embarcado nesta cidade do litoral carioca, antes de atravessar o oceano. Hoje Paraty não recebe mais ouro nem a estrada real tem a mesma importância econômica do longínquo 1710. Paraty, no entanto, de certa forma pouco mudou. Não possui mais ouro, mas ainda guarda inúmeros tesouros históricos. E mesmo sem a estrada real, continua a receber milhares de turistas ávidos em conhecer um pedacinho daquele Brasil colonial.


Passeios em Paraty

Engana-se quem pensa que os atrativos de Paraty se limitam ao centro histórico. No cais costumam estar ancorados dezenas de embarcações, oferecendo desde passeios rápidos pela redondezas até roteiros de várias horas, pe...rcorrendo a baía e as ilhas próximas. Quase todos os passeios de escuna incluem as ilhas Compridas, ilha da Pescaria e Praia Vermelha, com direito a paradas para mergulho, assim é recomendável ir com roupa de banho e não esquecer de levar o protetor solar. Bilhetes podem ser comprados nas próprias pousadas ou no cais, o que freqüentemente acaba saindo até mais barato, além de permitir a você escolher a escuna de sua simpatia.
A maioria das escunas turísticas oferece lanches e bebidas durante o passeio, que devem ser pagos à parte. Quem quiser visitar as ilhas por conta própria também tem a alternativa de alugar um barco menor, acertando com a tripulação o roteiro e o preço, o que lhe permite personalizar seu passeio, visitando por exemplo a ilha Pelada Pequena, que, ao contrário do que sugere o nome, não é um campo de nudistas, mas dispõe de belas praias e pequenos restaurantes com comida típica, além de ficar fora do roteiro básico das escunas, o que pode ser uma vantagem nas épocas de muito movimento turístico. Mesmo quem preferir conhecer os arredores por terra firme vai encontrar belas praias, como a do Cachadaço (a mais visitada), e também as praias do Meio, de Fora, Cepilho, Brava e Laranjeiras com distâncias variando entre 20 a 30 km do centro. Nem todos os acessos são bem pavimentados, e para chegar em algumas é necessário percorrer trilhas. Procure se informar com antecedência sobre o acesso a cada uma delas.
 

Artesanato e Cachaça de Paraty

A namoradeira na janela é um dos produtos típicos do artesanato local. Mas o produto típico mais renomado de Paraty é sua cachaça. A origem vem do período escravagista, quando a bebida era consumida principa...lmente pelos negros escravos. Com o tempo a produção da pinga foi crescendo, ajudada pelas condições ideais do solo e pela natureza topográfica de Paraty, que facilitam o plantio e irrigação da cana de açúcar. Durante o período colonial a cidade chegou a conquistar o título de principal produtora da famosa aguardente. Com o passar dos anos o sucesso da bebida produzida foi tão grande e seu consumo aumentou tanto que passou a fazer concorrência com o vinho português, incomodando os colonizadores. Mas não havia jeito, a cachaça de Paraty já havia caído no gosto de todas as camadas sociais, e daí para a frente sua história de sucesso iria aumentar cada vez mais. 

 Outros produtos típicos incluem diversos tipos de artesanato em madeira e tecido, figuras de pano, imagens de figuras características (como a namoradeira da imagem ao lado), miniaturas diversas e artigos para decoração caseira. Dependendo do dia da semana, na área junto à praça da igreja Matriz costuma ser montada uma feira de artesanato, oferecendo desde doces típicos até frutos do mar e claro, uma variedade enorme de pingas.
 
Natureza e conforto aguardam os visitantes
 

Se o bairro histórico parece preservar o passado com fidelidade absoluta, Paraty tem pousadas com todas as comodidades do século 21. A cidade é cortada ao meio pelo rio Perequê-Açu. De um lado situam-se o centro histórico, junto ao mar e um pouco mais atrás os bairros de comercio tradicional. Na outra margem estão os bairros de Pontal, Caborê e Jabaquara. As melhores pousadas da cidade estão localizadas junto ao rio, e de praticamente todas, uma caminhada até o centro histórico não leva mais que alguns minutos. Quem preferir pode se hospedar também nas pousadas situadas no centro histórico, mas é bom saber que em muitas delas você terá que chegar a pé, já que o trânsito de veículos não é permitido naquela região.


Paraty by night

Quando cai a noite Paraty se enfeita como uma moça bonita que vai pra festa e consegue ficar ainda mais linda. O jogo de luzes, sombras e cores, emoldurado pela pavimentação rústica compõem um cenário digno de pintura cláss...ica de qualquer grande museu e nos dão a vontade de fazer parte desta obra prima e simplesmente sair caminhando pelas ruas, sem lembrar mais de nada nem pensar em voltar.
Se quiser aproveitar melhor e conhecer Paraty com calma, é preferível evitar a cidade durante feriados, pois o movimento é intenso e os poucos hotéis ficam lotados. Paraty está situada ao sul do estado do Rio de Janeiro, quase na divisa com São Paulo. A estrada de acesso à cidade merece uma boa reforma, mas não deixe isto lhe desanimar pois Paraty sempre encanta seus visitantes.
 
Conhecendo mais Paraty
 

Percorrer Paraty é muito fácil, já que a cidade, além de pequena, tem ruas construídas perpendicularmente entre si, permitindo ir por uma e voltar por outra e depois a mesma coisa mais para lá e assim por diante. Tome como referência a rua do Comércio, rua Samuel Costa, e rua da Ferraria, consideradas as principais "avenidas" do centro histórico.
Ao lado uma rua típica de Paraty, onde se pode ver a pavimentação com pedras Pé de Moleque. Contam que o nome tem origem numa história curiosa. Como os moleques tinham por hábito roubar doces dos comerciantes locais, um português camarada chegou para a garotada e disse: Quando você quiser comer um doce, não precisa pegar e sair correndo, você pede que eu te dou, viu? Pede Moleque! 
Caminhar pelas pedras pé de moleque de Paraty requer atenção para evitar escorregadas ou tropeções, mas não deixe de olhar também para os lado, pois cada porta ou janela guarda uma curiosidade ou uma atração diferente. Visite a Casa da Cultura (rua D. Geralda), que tem uma interessante exposição contando a história da cidade. De acordo com a UNESCO Paraty possui o conjunto arquitetônico mais harmonioso do século XVIII em todo o país, com suas 400 construções obedecendo ao traçado urbano estabelecido em 1720.
Visite também a igreja de Nossa Senhora das Dores (rua Fresca) construída a partir de 1800 por mulheres e a igreja de Nossa Senhora do Rosário (rua do Comércio), que servia com igreja dos escravos. E não esqueça a Igreja Matriz (praça da Matriz), que está sendo reformada. Com tantas igrejas numa localidade tão pequena é inegável a pergunta: Mas tinha tanta gente assim para rezar? No que fomos lembrados que antigamente existiam igrejas para brancos, pretos, pardos, homens livres e escravos, e que geralmente não era permitido freqüentar a igreja "errada". Bem ao lado da Matriz vale a pena visitar o Margarida Café, mistura de restaurante com sala de shows ao vivo e faz muito sucesso entre locais e turistas. Ou então vá até o Bar do Lúcio, também na praça da Matriz, onde costumam ser apresentadas exposições de artistas locais.
 
Eventos atraem turistas
 
O evento mais famoso da cidade é a a feira literária, conhecida como FLIP (Feira Literária Internacional de Paraty). Durante este período, geralmente no mês de julho, escritores, cronistas, intelectuais e personalidades da área literária vem para cá e a cidade vira uma festa. Outro evento importante na cidade é a Festa do Divino, que acontece 40 dias antes do carnaval. Durante a festa os arredores da praça da Matriz ficam repletos de barraquinhas de doces e quitutes diversos, e há apresentação de bandas. Outras ocasiões em que Paraty recebe muita gente é na virada do ano e no carnaval. Nestas épocas é aconselhável fazer reserva para pousadas com bastante antecedência.
 

Pré-Carnaval em Paraty já começou
A cidade histórica de Paraty festeja o carnaval de rua, como antigamente. Todos os dias, a toda hora, é possível encontrar bonecões, mascaradinhos, fantasiados e todo tipo de gente animada brincando nas ru...as. Aliás, esse é o espírito do carnaval de rua em Paraty: muita brincadeira nas ruas, de forma livre e descontraída. A folia já começou cedo em Paraty: a partir de ontem, dia 31 de janeiro o Pré-Carnaval tomou conta do Centro Histórico. E assim continuará por todos os dias, até o carnaval.
Bloco da Lama
 
Sua originalidade e bizarrice tem atraído a atenção da mídia e a curiosidade do público. Criado num sábado de carnaval, há mais de vinte e um anos, por alguns amigos que banhavam-se na lama medicinal da Praia do Jabaquara e, ao se perceberem irreconhecíveis, decidiram brincar incógnitos o carnaval. No ano seguinte, um grupo maior se reuniu e saiu em bloco no Sábado de carnaval, representando uma tribo pré-histórica: enlameados da cabeça aos pés, cobertos de trapos, carregando caveiras, cipós e ossadas, aos gritos de “uga, uga, rá, rá”! O Bloco da Lama tem, a cada ano, reunido um número maior de adeptos e sua passagem no sábado de carnaval, dizem, tem a função de espantar os maus espíritos e atrair a alegria para o Carnaval de Paraty.




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