Todos os anos, milhares de peregrinos provenientes de diversas localidades do Brasil, visitam os santuários do estado de Santa Catarina, principalmente Nova Trento (foto), cidade de Santa Paulina, a primeira santa brasileira. No Estado há 22 santuários e vários destinos de peregrinação católica. Sete destacam-se próximo ao litoral catarinense: Santuário de Angelina, de Azambuja, de Nossa Senhora do Bom Socorro, de Nossa Senhora de Fátima, de Nossa Senhora dos Navegantes, de Santa Paulina e de Nossa Senhora do Caravaggio, além de São Luiz, em Imaruí, com a devoção a Beata Albertina Berckembrock. Mas, outro destino acaba de surgir, propriamente pelo retorno da imagem de São Miguel Arcanjo à Igreja com o nome do santo, roubada há 32 anos e que foi encontrada em um shopping no Rio de Janeiro, com um antiquário.
Passados 32 anos, a imagem de São Miguel Arcanjo voltou a Santa Catarina, mas ainda vai levar pelo menos dois meses para retornar a Biguaçu. Por enquanto, ficará na sede da Polícia Federal (PF), em Florianópolis. Entalhada em madeira, com os olhos em vidro epolicromada, possivelmente, com folhas de ouro, a imagem de São Miguel Arcanjo chegou ao aeroporto Hercílio Luz, na manhã de sexta-feira(16). Embrulhada em diversas camadas de plásticos e cobertores,foi transportada em um caminhão, com o apoio do comboio da Polícia Federal, até o prédio do órgão, na avenida Beira-Mar Norte.
A imagem (Fotografia da época mostra que é mesmo a imagem roubada há 32 anos), que tem entre 150 e 200 anos, foi furtada há 32 anos da igreja do Balneário São Miguel, em Biguaçu, e permanecerá na sala 240 do prédio da Polícia Federal até que exista um local seguro para levá-la. De acordo com o delegado Ildo Rosa, a peça está vinculada a um inquérito policial.“Além do valor histórico, há o valor jurídico e a possibilidade que seja devolvida a Biguaçu. A Prefeitura poderá requerê-la, mas é preciso de um local seguro para que a imagem não corra risco”, explica o delegado.
Segurança na Igreja para abrigar imagem
No mesmo dia em que a imagem de São Miguel Arcanjo chegou a SantaCatarina, o prefeito de Biguaçu, José Castelo Deschamps, acompanhadodo padre José Luiz Souza, visitou a igreja do Balneário São Miguel para estudar questões de segurança e discutir como a imagem poderiaretornar ao altar. “Pensamos em monitoramento eletrônico para deixá-lamais segura”, avisa Castelo (Na foto na reunião na PF).
O prefeito destaca que o importante é não colocá-la em risco e, enquanto isso, estará sob responsabilidade da Polícia Federal.O padre José Luiz Souza observa que os fiéis estão ansiosos para ver a imagem. “É um alívio saber que ela chegou. Vamos ver a possibilidadede trazê-la a Biguaçu para que a comunidade possa vê-la”, afirma. Apesar de não ter nada confirmado, o padre confessa que não sabia da complexidade do translado e medidas de segurança tomadas para a integridade da imagem. Embora soubesse do furto da arte sacra, o padre já havia perdido as esperanças que a encontrassem. “Parece um milagre do santo”, observa. No próximo dia 21 de dezembro, a Paróquia de Biguaçu completa 70 anos de atividades e o presente de aniversário chegou antecipado: a imagem de São Miguel Arcanjo.
Peça estava em um antiquário em Copacabana
A imagem de São Miguel Arcanjo, que é padroeiro da Polícia Federal, foi encontrada por museólogos em um antiquário no Shopping Cassino Atlântico, em Copacabana, no Rio de Janeiro, em 8 de dezembro. Ela havia desaparecido após ser furtada em 1979 da igreja do Balneário São Miguel. A recuperação contou com a participação da FCC (Fundação Catarinense de Cultura) e do Iphan. O sumiço da imagem pode estar relacionada ao comércio ilegal de arte sacra, conforme o administrador do Museu Etnográfico de Santa Catarina, Valério Carioni. De acordo com o administrador, a ajuda de um amigo artista do Rio deJaneiro, que teria visto a imagem num leilão foi determinante. O santo não foi arrematado no evento, mas tinha o preço inicial de R$ 35 mil e poderia chegar aos R$ 200 mil.
Igreja de São Miguel
A Igreja de São Miguel foi inaugurada em 23 de janeiro de 1751. No ano de 1798, foi demolida a antiga igreja em estuque que estava em ruínas,e construída em seu lugar outra com tijolos, em estilo tipicamenteluso-brasileira com frontão reto. Possui um sino doado em 1845 pelo Imperador Dom Pedro II durante sua visita à Santa Catarina. É um monumento tombado pelo serviço do Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional em 14 de novembro de 1969 (tombado sob o nº. 46, em 14 denovembro de 1969, através do processo nº. 810-T-68. Em união com o Aqueduto e a Casa dos Açores, compõem o Conjunto Luso-Açoriano de São Miguel. Seus visitantes são os mesmos da Casa dos Açores – Museu Etnográfico, que aproveitam para conhecer todos os componentes do Conjunto Arquitetônico (igreja, sobrado e aqueduto).
Seu acesso é facilitado,via rodovia BR-101, km197/198, a 7 km do centro de Biguaçu. A igreja fica aberta para visitação durante o horário da missa, às 18h nos domingos. Pode-se destacar no local a realização da Festa de São Miguel Arcanjo, que acontece no dia 29 de setembro e a Festa do Divino Espírito Santo, realizada no mês de junho.
BIGUAÇU: ponto alto é a gastronomia açoriana
Localizado na Grande Florianópolis, o município de Biguaçu tem opções variadas de gastronomia, especialmente nas proximidades da Igreja de São Miguel, onde o visitante, depois de adorar e praticar sua devoção ao santo, pode desfrutar das especialidades que os bons restaurantes oferecem. A gastronomia açoriana está fortemente representada no Balneário de São Miguel, a cerca de 7 km do centro. A orla oferece opções de restaurantes com pratos à base de frutos do mar, sendo ocamarão o carro-chefe da gastronomia local, mas há também lula, siri,marisco, ostra, peixe e berbigão, todos elaborados à moda da casa.
Também no interior do município podem ser encontrados outros pratos da gastronomia açoriana como: toucinho do céu, bom-bocado, baba-de-moça,ambrosia, bolinha de mamão, doce de mamão, rosca de maçã, rosca de polvilho, santa fé, biju, cuscuz, quindim, queijadinha, doce de laranja azeda, morcilha, lingüiça, massa sovada, pão-de-ló, licores e pães caseiros, cozido de carne com verduras e caldo de cana; elaborados pelos descendentes açorianos para uso doméstico ou vendidos nos armazéns da região.Por outro lado, os descendentes das culturas alemã, italiana,africana, sírio-libanesa e holandesa também contribuem com sua gastronomia, são produtos coloniais confeccionadas artesanalmente, com destaque para os embutidos, geléias, doces, pães caseiros, queijos,licores e compotas.
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