domingo, 7 de agosto de 2011

Cicloturismo no Vale Europeu (SC)

Por Viaje Mais/Tales Azzi
Viajar de bicicleta no Brasil ainda é novidade. Mas começou a virar moda num certo pedaço do interior de Santa Catarina conhecido como Vale Europeu. Nessa região, cuja principal cidade de referência é Blumenau, foi criada uma rota demarcada para os amantes do cicloturismo: 300 km de percurso que passa por sete pequenas cidades, para ser realizado em sete dias de pedaladas. Tudo bem que percorrer tal distância seria muito fácil e rápido de carro. A ideia de viajar de bicicleta, porém, tem a ver com perceber os lugares de forma mais intensa e completa, entender as distâncias e admirar as mudanças de paisagem, que nesse trecho alterna lagos, bosques de pinheiros, cachoeiras monumentais e curiosas cidadezinhas que guardam a herança da colonização alemã. É uma viagem incomum por um pedaço diferente do Brasil.

O Cicloturismo começa aqui!

Abandona sua camiseta velha e pedale com estilo

Pedalar com aquela camiseta velha definitivamente não é a melhor opção. Além de não favorecer a transpiração, o modelo pode aumentar a resistência do ar, o que atrapalha o desempenho do ciclista. O ideal são os modelos projetados especificamente para a prática da pedalada. Todavia, ir até uma loja especializada procurar pela vestimenta pode causar um turbilhão de dúvidas na cabeça do ciclista, visto a quantidade de marcas, tecidos e tecnologias disponíveis no mercado.
Opções de modelos e tecidos que prezem pelo conforto, flexibilidade e leveza são os ideais para amadores e profissionais que visam a alta performance. É o caso do tecido ProAction, lançado recentemente pela empresa Mauro Ribeiro Sports. Além das características citadas acima, o material é liso, possui tratamento antibactericida e sistema de secagem rápida, com alvéolos que captam o suor e o transporta para fora do tecido. A novidade que compõe a linha de produtos da Mauro Ribeiro Sports mantém a pele seca, a temperatura corporal estável e apresenta uma variação mínima em relação ao peso da roupa durante a prática esportiva. Segundo o fabricante, o tecido ProAction é inspirado em modelos disponíveis no mercado europeu e desenvolvido com a mais alta tecnologia disponível no mercado.

Sobre a empresa

O ciclista brasileiro Mauro ribeiro pedalou com equipes de renome no circuito internacional, bem como vestiu as melhores roupas esportivas para a prática do ciclismo. Durante o tempo que morou em Grenoble, sul da França, Mauro acompanhou de perto a evolução das principais marcas de roupas para ciclismo, o que forneceu a ele a expertise necessária para lançar no Brasil a marca Mauro Ribeiro Sports. Especializada em ciclismo, a marca traz o que há de melhor e mais moderno em tecidos e design de seus produtos buscando respeitar as peculiaridades do esportista brasileiro. Mais informações podem ser encontradas no site da loja.






VOCÊ NÃO ESTÁ LOUCO

Talvez seja esta a primeira etapa a ser vencida, quando se pensa em cicloturismo. Explicar aos parentes e amigos não viajantes o motivo de se viajar de bicicleta, pode ser complicado. Aqui vão as objeções mais comuns, esteja preparado e não desanime com as tentativas de desencorajamento.


1) Nossas estradas: Primeiramente, parece insano enfrentar, de bicicleta, as mal conservadas estradas brasileiras, muitas sem acostamento e todas com motoristas malucos. Realmente, algumas vezes temos que encarar alguns trechos destes, mas quase sempre há uma outra opção. A quantidade de estradas de terra mais aconchegantes e desertas é quase infinita. Temos a vantagem de chegar a lugares inacessíveis a outros veículos e conhecer lugares pouquíssimo explorados turisticamente.


2) Assaltos: Bem, este é um risco. Mas quem disse que um carro pode proteger, de alguma maneira, contra um assalto? A regra é a mesma para qualquer viajante, quanto mais longe das grandes cidades melhor. Se tiver que passar por elas mantenha os olhos bem abertos.

3) Falta de autonomia: Se algum problema acontecer, você pode não conseguir alcançar uma cidade ou a ajuda necessária. É verdade, mas justamente nesta fragilidade da bicicleta é que ela mostra seu maior poder. As pessoas de qualquer lugar que você passe percebem esta situação e, por isso mesmo se dispõem a ajudar e acolher os cicloturistas. Quando passamos de carro a impressão que vai junto é a de que não nos importamos, ou nem precisamos das pessoas que encontramos pelo caminho. De bicicleta, todos sabem que é diferente, pois sempre vamos precisar de, no mínimo, água, informações e abrigo. E mais, estamos sempre mais acessíveis para uma conversa, coisa que a barreira do carro nos impede. Há, de alguma maneira, uma empatia gerada pela bicicleta. A bicicleta provoca uma confiança que não é alcançada nem mesmo quando se viaja a pé, apesar de se ter que enfrentar basicamente os mesmos problemas.

O GRUPO

A escolha do grupo que vai viajar pode ser um dos itens mais importantes de todo o planejamento (exceto no caso de quem viaja sozinho, é claro). O ideal é que os companheiros de viagem se conheçam bem e, no caso de viagens mais longas, que já tenham feito outras mais curtas juntos. A todo tempo há decisões a serem tomadas durante uma viagem. Quanto pedalar a cada dia, onde dormir, que caminho tomar... Além disso, outras situações de estresse que normalmente surgem exigem um certo entrosamento para evitar surpresas. As pessoas podem revelar reações que eram desconhecidas até mesmo para os amigos.
Porém é interessante também, encontrar um equilíbrio entre a homogeneidade e a diversidade do grupo. Ou seja, é preferível que haja o mesmo tipo interesse entre as pessoas e que o preparo físico e principalmente o ritmo seja semelhante. Por outro lado, pode ser importante experiência dos viajantes em áreas distintas como mecânica, acampamento, primeiros socorros, etc. Outra questão é o tamanho do grupo, que vai determinar antecipadamente as características de uma viagem. Com pouca gente, por exemplo, um grupo tem a vantagem de ser mais acessível para as pessoas, o que facilita fazer amizade. Além disso fica mais fácil tomar decisões ou encontrar um ritmo que seja conveniente a todos. Também é muito mais viável conseguir uma carona, num caso de necessidade.
Porém, num grupo maior carrega-se menos peso, pois muitos equipamentos podem ser de uso comum, como fogareiro, ferramentas, kit de primeiros socorros, etc. Enfim, não há um número rígido de participantes numa viagem de bicicleta, mas seguramente, com mais de cinco ou seis pessoas, a tarefa de organizá-la será bem mais complicada.

ROTEIRO

Se você não conhece o local para onde vai viajar, o ideal é conversar com alguém que conheça a região. Se essa pessoa for cicloturista e já tiver feito um roteiro parecido antes, melhor ainda. Além disso, consulte o maior número possível de sites, artigos de jornais e revistas Alguns outros clubes que fazem reuniões periódicas, como clube de alpinismo, ou de jeepeiros, também podem ser uma fonte de informações. Procure saber se há algum na sua cidade ou na região que pretende visitar e entre em contato com eles. Sempre procure saber qual a melhor época de se visitar o lugar, qual a época de chuva, qual o movimento nas estradas, etc. Uma dica: ao perguntar sobre o relevo, nunca confie muito na memória de quem passou de carro pelo local. Só quem viaja de bicicleta ou a pé, costuma se lembrar realmente das subidas do caminho.
Junte o máximo de informações que puder. Leve sempre mapas, uma boa opção são os do IBGE, que são bastante confiáveis quanto ao relevo. É possível consegui-los, ou fazer xerox deles, no próprio IBGE (em são Paulo também no IAG, instituto de Astronomia e Geofísica ou no IGC Instituto Geográfico e Cartográfico, ambos na USP). Mas atenção, eles costumam ser bem antigos e podem estar desatualizados em relação às estradas. Quanto aos mapas rodoviários (tipo Guia 4 rodas) tome cuidado, eles são feitos para quem anda de carro, e portanto, os erros de quilometragem são grandes (mais de 20 km às vezes) e não constam muitas das estradas de terra. Se o roteiro for pela praia é possível utilizar o Guia Praias, mas que também apresenta falhas em alguns trechos menos visitados.
Se você vai passar por algum Parque Nacional, Estação Ecológica, ou coisa parecida, verifique antes, com o órgão responsável, se são necessárias autorizações ou reservas antecipadamente. No caso de viajar para fora do País, procure obter mapas e guias de viagem junto aos consulados no Brasil.

BAGAGEM

A quantidade de bagagem a se carregar é sempre opção pessoal de cada viajante, mas uma regra geral é que quanto mais auto-suficiente você estiver durante uma viagem, mais peso vai ter que carregar e menos dinheiro precisará gastar. Isto é, levando comida e equipamento para acampar, você carrega mais peso mas em compensação economiza com hotéis e restaurantes, e ainda fica mais livre para rodar a quilometragem que quiser sem ter que obrigatoriamente alcançar um local com um mínimo de estrutura turística. Além disso, muitos dos lugares mais interessantes são Parques e outras áreas naturais onde não há outra alternativa senão acampar. Por outro lado, com menos peso você consegue rodar uma quilometragem maior por dia. É questão de adaptar seu estilo de viagem, seu ritmo de pedalar e estudar bem o roteiro para fazer sua escolha. Em média, a bagagem completa incluindo material de camping e comida, fica em torno de 30 a 35kg, sem contar a bicicleta. Em travessias muito longas (meses), e em lugares muito frios, que exigem maior quantidade de equipamento, este peso chega a 45 kg.

Segue abaixo uma sugestão de lista completa de bagagem. Faça a sua própria lista e sempre confira item por item ao preparar as malas.

ROUPAS


-camiseta
-camiseta manga longa
-camisa-calça
(de brim e tactel)
-cinto
-bermuda
-short
-meia
-roupa
íntima
-roupa de banho
-meias
-lenço
-moleton com capuz
-capa de chuva
-anoraque


Para o FRIO


-casaco
-ceroulas
-luva
-gorro
-cachecol

PROTEÇÃO CONTRA O SOL


-boné
-filtro solar
-protetor labial
-caladril
-creme hidratante
-óculos de sol

CALÇADOS

-tênis
-bota/palmilha
-chinelo/havaianas
-papete


HIGIENE PESSOAL


-escova de dente (duas)
-pasta de dente
-fio dental-sabonete
-shampoo
-condicionador
-pente-escova
-toalha comum
-toalha tipo packtowel
-papel higiênico
-lâmina de barbear
-modess/ ob
-cortador de unha

CARTEIRA


-documentos (passaporte)
-xérox de vacina
-cheques-cartão de banco
-dinheiro
-cartão telefônico
-agenda de telefones
-passagem
-nota fiscal da bicicleta

EQUIPAMENTOS


-máquina fotográfica
(filme e pilha)
-gravador (fita e pilha)
-lanterna (pilha)
-relógio
-agenda eletrônica
-binóculo
-bússola
-GPS
-canivete
-apito
-travesseiro inflável
-capa de mochila
-fitas e peças de reposição para mochila

OUTROS

-isqueiro
-fósforos
-cantil/garrafa
-cloro
-sacos plásticos
-livro
-mapas
-guia rodoviário
-caderneta e caneta
-selo e envelope
-vitamina C
-chiclete
-repelente
-baralho
-sabão e escova KIT "MC GIVER"
-fita adesiva
-silver tape
-elásticos
-tiras de câmara
-pincel atômico
-alfinetes de segurança
(alfinete de fralda de nenê)
-araminhos (de pão)
-barbante
-agulha e linha
-cordinhas

CONDICIONAMENTO FÍSICO

Não é necessário ser atleta para se viajar de bicicleta, basta estar mantendo um bom condicionamento físico e não ser sedentário. O importante é planejar o roteiro e a quilometragem de acordo com o seu condicionamento. E a partir da segunda semana de viagem já dá para sentir alguma melhora no rendimento. Seguindo alguns cuidados, a própria viagem serve como treinamento.
Para melhorar o preparo físico antes da viagem de bicicleta o bom é pedalar bastante. Mesmo na impossibilidade de rodar grandes distâncias para treinar, aproveite para utilizar a bicicleta como meio de transporte no dia a dia, se ainda não o fizer. Enfim, pedale, pedale, pedale.
Para adquirir maior capacidade aeróbica, ou seja, mais fôlego, a maneira mais eficiente é correr (é bom lembrar: sempre com tênis apropriado para esta atividade, com bastante amortecimento no solado para evitar problemas nos joelhos e coluna). A musculação pode ser feita, também com muito cuidado para evitar lesões, mas pedalar ainda é a melhor maneira de se adquirir a musculatura específica para isso.
Caso vá utilizar bicicleta ergométrica para treinar, muita atenção: a maioria delas deixa o “ciclista” numa posição errada, com o tronco muito ereto ou não regulam o banco numa altura suficiente para pessoas mais altas (em ambos os casos quem sofre são os joelhos).
Essencial mesmo é começar a fazer alongamentos com uma boa antecedência da viagem, isto irá evitar estiramentos e outras lesões. Um bom alongamento corporal demora meses ou até mesmo anos para ser atingido, por isso não tenha pressa, faça sempre com paciência, acompanhando sua melhora mês a mês. Um bom alongamento lombar, por exemplo, permitirá ao ciclista pedalar por mais horas, sem terminar o dia com uma terrível dor nas costas. Muitos ciclistas profissionais têm procurado aulas de ioga para melhorar a postura, aprender a controlar a respiração e fazer relaxamento.
Muitas vezes, o preparo psicológico é mais determinante numa viagem de bicicleta do que o preparo físico. Há vários casos de atletas que não se saem tão bem em cicloturismo por esperarem a mesma performance de quando estão treinando e voltando para casa, com alimentação equilibrada e uma renovadora noite de sono. Claro que não é o que acontece numa viagem, ainda mais se a opção for acampar e cozinhar a própria comida. Por isso, é mais fácil um campista se tornar um cicloturista do que um ciclista fazer isso.

Dicas para quem quer iniciar-se no ciccloturismo


André Elécio

Fazer uma viagem de bike, não é apenas uma simples viagem, escolher a bicicleta como meio de locomoção para sua viagem, requer um bom preparo e principalmente um excelente planejamento da viagem, não apenas o roteiro mas começa bem antes disso logo na escolha da bicicleta, e dos equipamentos, entender sobre a mecânica da bicicleta principalmente para quem vai fazer uma viagem longa e em locais com poucos recursos, é muito importante para não passar apuros na estrada. Dependendo da situação o viajante terá que ser auto suficiente, e levar com sigo tudo o que vai precisar para sua viagem até mesmo alimentos e utensílios para cozinhar, levar equipamentos de campismo também ajuda na economia durante a viagem, e deixa o viajante sem depender de hotéis e pousadas.
Há muitos viajantes, principalmente os que fazem grandes viagens que se hospedam em locais como corpo de bombeiros, igrejas, escolas, postos policiais, postos de gasolina. Isso ajuda bastante na economia.

O Porque De Viajar De Bicicleta

Para muitos pode parecer até loucura, mas quem viaja de bicicleta sabe que não é bem assim. A maioria dos cicloturistas viajam a procura de algo bem maior que apenas um turismo, pois com a bicicleta você se aproxima muito mais das pessoas, é comum você chegar em um local e varias pessoas se aproximarem de você para saber de onde você vem com esta bicicleta cheia de bolsas, para onde vai, o porque esta fazendo isso?
As pessoas acabam se aproximando e se identificando com o que você esta fazendo, afinal não é todo dia que se conhece alguém que viaja de bicicleta, é neste primeiro contato que o cicloturista se aproxima, e faz amizades, conhece a cultura local, pega dicas importantes sobre a região, sobre os pontos turísticos e também sobre as estradas locais.
Em cidades pequenas é comum receber convites para almoçar, e até mesmo para dormir na casa de algum morador local. Tive esta experiência por mais de uma vez quando viajei pela estrada real, nas cidades menores era comum muitas pessoas virem ao meu encontro quando viam minha bicicleta carregada de alforges, recebi mais de um convite de almoço e quando precisei o dono de um barzinho não exitou em me convidar pra dormir em seu estabelecimento. Nas cidades pequenas é bem comum estes convites acontecerem.
Outra coisa que faz as pessoas viajarem de bicicleta é que ela pode te levar a inúmeros locais que um carro não levaria, visitar ilhas e coloca-las em um barco por exemplo, ou pegar uma estradinha ou trilha toda esburacada é algo que com um carro não é viável fazer. Muitos procuram viajar de bike pela aventura, estar em locais que poucos passaram e fazer algo diferente das outras pessoas, pra mim o barato de viajar de bicicleta esta também no planejamento, dependendo da viagem o planejamento começa meses ou até anos antes.
Na minha viagem pela estrada real eu fiquei meses pesquisando e conversando com outras pessoas que já haviam feito o roteiro, era muito bacana ver fotos e ficar imaginando estar lá em breve, ver os mapas, calcular as distancias, estudar os relevos, ver quais cidades iria dormir etc … Mas quando você esta na estrada o seu planejamento é bem possível que mude, o meu planejamento furou logo no primeiro dia, mas eu não me preocupei com isso , aproveitava para curtir os locais visitados, deixei a viajem fluir, não fiquei preso ao planejamento em momento algum, afinal não havia o porque se prender a ele.

Dicas Para Iniciar Na Modalidade

Comece fazendo pequenas viagens pela região que você mora mesmo, mesmo que seja uma distancia pequena de 20 ou 30 quilometros você vai se acostumando a pedalar pela estrada, vai pegando experiência, procure as estradas secundarias ao invés das grandes rodovias. Eu viajei muito pela região que eu moro saia cedo de casa pedalava 30 km chegava na cidade vizinha, parava na pracinha tomava um suco e depois voltava pra casa era bem simples mas ia aumentando minha resistência e via como era fazer uma pequena viagem. Estas viagens valem como um treino para coisas maiores, depois de faze-las, você pode ir mais longe sair com sua barraca e pedalar um pouco mais e ir acampar em algum local de sua preferência mesmo que não seja uma distancia tão grande, você pode convidar mais alguém ou ir também com um carro de apoio. Lembre-se que levar ferramentas, principalmente câmera de ar e bomba para encher o pneu é fundamental, vá vestido com roupas de ciclismo para ficar mais confortável e é claro equipamentos para sua segurança como capacete, luvas e óculos de sol também é importante usar.

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